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SC: Dos 3.357 policiais civis, cerca de mil já poderiam se aposentar

O efetivo policial já considerado insuficiente nas delegacias de polícia de Santa Catarina poderá ficar ainda menor daqui a pouco mais de três meses. Uma debandada histórica de até mil policiais civis está sendo prevista a partir de agosto.

Um levantamento do setor de recursos humanos da Polícia Civil revela que há um contingente de 30% do atual quadro geral da instituição apto a se aposentar.

A possibilidade real de defasagem é levada em conta porque, com a conquista dos subsídios — que começará a cair no salário em agosto — a renda mensal do policial não diminuirá, mesmo ele não estando mais na ativa.

Hoje, há um grande número de agentes que, mesmo com o tempo exigido para se aposentar, mantém a rotina nas delegacias para não perder parte da renda, que estima-se em até 40% do salário mensal.

A saída em massa é ainda mais preocupante porque a Polícia Civil já apresenta um quadro de déficit histórico. Hoje são 3.357 policiais, enquanto o previsto em lei e o ideal seriam 5.997 policiais.

As cúpulas da polícia e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) não negam o déficit do efetivo, mas acreditam que os pedidos de aposentadoria não alcançarão os mil policiais cogitados.

O delegado-geral Aldo Pinheiro D´Ávila prevê que a baixa seja de no máximo de 250 servidores, a grande maioria agentes.

O secretário da SSP, César Grubba, tem a mesma opinião e observa que em outras instituições e órgãos também há um grande número de servidores que segue na ativa mesmo alcançando o tempo mínimo de aposentadoria.

Distribuição prejudicada pelo Estado

Chapecó, Blumenau e Joinville são três exemplos de cidades em que o efetivo da Polícia Civil está abaixo ao ideal, nos cálculos do próprio governo do Estado.

Chapecó, no Oeste, tem quase 200 mil habitantes e menos de 100 policiais civis. Blumenau, com 330 mil habitantes, dispõe de apenas 86 policiais civis. Em Joinville, a maior cidade catarinense, que tem 546.981 moradores, são 174 policiais civis no quadro.

A Capital Florianópolis tem situação mais confortável, bem acima da média das demais cidades: são 635 policiais, o maior número em Santa Catarina. O problema é que a distribuição não seria expressiva nas delegacias de bairros, gerando a falta de investigação e o chamado engavetamento dos boletins de ocorrência (BOs).

Segundo o delegado-geral, os critérios para a distribuição dos policiais são o número de boletins de ocorrência, o de procedimentos policiais (inquéritos, TCs, atos infracionais) e a população.

— Estamos ajustando com doses homeopáticas. Dois concursos ajustariam ao ideal. Isso que já nomeamos 700 policiais civis nomeados nos últimos três anos. Mas para ajustar teria de fazer a remoção de 600 policiais, o que geraria uma crise social — diz Aldo.

Concurso autorizado

O secretário Grubba diz que o grupo gestor do governo do Estado autorizou concurso público para a contratação de 406 policiais, sendo 340 agentes e 66 delegados.

Grubba afirma que o edital será lançado em no máximo 30 dias. É possível, segundo ele, que os aprovados comecem a trabalhar no início de 2015.


* Colaborou Marcone Tavella
DIÁRIO CATARINENSE