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Homem que vive há dois anos em hospital ganha novo nome e data de nascimento

A certidão de nascimento, um documento básico que é direito de qualquer cidadão, passou a fazer parte na última quinta-feira, dia 3, da vida do Ni (não identificado). O homem com dificuldades de se locomover e comunicar, que foi abandonado há dois anos por dois homens em um corredor do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, e vive na unidade desde então. 

O juiz titular da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville, Roberto Lepper, determinou após pedido do Ministério Público que ele fosse registrado. Com o documento, Ni agora se chama Natanael Joinvilense, nascido em 9 de março _aniversário de Joinville _ de 1971, já que um médico atestou que ele deve ter em torno de 43 anos. 

Segundo a assistente social do Regional, Vanessa Waltrick, que cuida do caso de Natanael, uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) chegou a ir até o hospital para coletar a digital dele e pesquisar se era compatível com algum dos registros do Estado, mas nada foi encontrado.

—Pode ser que ele nunca tenha sido registrado, ao menos não em Santa Catarina—, disse Vanessa.

A assistente social conta que Natanael ainda não foi informado sobre a expedição do documento.

—Ainda não contamos nada a ele. Não sei dizer como ele vai reagir, porque ele tem dificuldade em se expressar. A gente percebe que ele entende os nosso comandos, quando pedimos para ele sentar e levantar—, conta Vanessa.

Na época em que foi abandonado, a direção do Regional conseguiu apurar que dias antes, ele havia sido internado no Hospital Municipal São José por causa de um AVC. Os médicos acreditam que os problemas neurológicos de Natanael sejam decorrentes do acidente vascular cerebral.

Em paralelo ao processo que garantiu a identidade de Natanael, também tramita na Comarca de Joinville uma ação civil pública em que o Ministério Público solicita o abrigamento em uma entidade adequada para Natanael.

No fim do ano passado, Lepper determinou que após a devida identificação de Natanael, o município de Joinville teria 45 dias para fazer o abrigamento dele, mas o município recorreu e, atualmente, o recurso está em fase de preparação para ser enviado ao Tribunal de Justiça do Estado, onde será julgado em segunda instância.

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